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Os seus usos e costumes e a pequena história dos Lagares de Azeite na freguesia

Durante muito tempo a Freguesia de Cabril foi praticamente inacessível e as suas aldeias encravadas nas serranias do Gerês, com caminhos de ligação entre elas quase impraticáveis e muitos desses caminhos a passar em linhas de água que no inverno se tornavam difíceis de ultrapassar, fez com que estes pequenos povoados fossem deitados a um isolamento forçado que acabou por se refletir nas pequenas aldeias agro-pastoris que acabaram por se tornar sustentáveis com muitos poucos recursos ,e acabaram votadas a um comunitário quase forçado para poderem subsistir ,ninguém vivia bem ,mas havia aqueles que viviam menos mal, vivia-se exclusivamente da terra e da criação de animais, quase tudo era produzido na aldeia até meados do século XX.

O comunitário refletia-se nas divisões da serra, nas pastagens, vezeiras, nas águas ,assim como nos moinhos e lagares de azeite, o primeiro lagar de azeite a ser construído na freguesia de Cabril foi feito por volta dos finais do seculo XVll e princípios do século XVIII por Manuel Machado filho do abade Braz Pereira Magalhães ,que o fez por cima do lugar de S. Ane e por baixo de T

Taboucinhas por ali haver muita lenha ,pois nessa altura a lenha era um bem raro e muito procurado era a principal fonte de aquecimento das habitações e a fogueira ardia nas casas praticamente 24 horas o que levava a um enorme consumo de lenha ,mas devido ao difícil acesso e a elevada distância ele acabou por mudar o lagar para debaixo de Chão de Moinho e moía com as águas que desciam da corga de moinhos, logo de seguida foi construído outro junto à ponte nova por Domingos Alves, provavelmente seria o que foi mudado para as Olas na altura da construção da barragem de Salamonde, em Fafiao também é edificado um pôr um tal Bonifácio de S.lourenço juntamente com Alexandre Pereira ,viria a ser feito um outro no lugar de S.Ane, e os moradores de Azevedo, Xertelo e Lapela também construíram um ,no lugar de S.lourenço ,há conhecimento de um feito em meados do século XX, e que tinha a particularidade de moer com recurso a tracção animal ,normalmente era utilizada uma vaca para esse fim.

Neste momento nenhum destes lagares esta a moer, e para alguns será quase impossível que o voltem a fazer, o único que ainda funciona é o do lugar de Pincães que cada vez tem mais gente da aldeia a voltar a fazer o seu próprio azeite, este ano foram necessários dois dias para processar a azeitona, e voltou a ver-se os habitantes de algumas aldeias na apanha da azeitona, curiosamente o lagar de Pincães não se conhece a data nem registos da sua edificação.

Fotos Luís Luis Borges